✨ Introdução
Imagine entrar em uma sala cirúrgica com dor no joelho esquerdo e sair com o joelho direito operado por engano. Parece inaceitável, mas é real. Casos de cirurgia no local errado são mais comuns do que se imagina. A Meta 4 da OMS visa garantir que a cirurgia seja realizada no paciente certo, no local certo e com o procedimento certo.
🔢 Um caso real: quando o erro vira manchete
Em junho de 2025, ganhou repercussão internacional o caso de Talia Foster, 33 anos, nos EUA. Ela foi submetida à cirurgia de reconstrução do ligamento cruzado anterior (ACL) no joelho errado.
Talia precisava operar o joelho esquerdo. Mas a equipe cirúrgica do Hospital da Universidade de Toledo iniciou o procedimento no joelho direito saudável, chegando a remover um tendão. O erro foi percebido no meio da cirurgia. A família foi comunicada, e a operação correta foi realizada em seguida.
Resultado? Talia não apenas teve o procedimento do lado certo fracassado, mas passou a sentir dores e limitações no joelho que jamais deveria ter sido tocado. Ela não consegue mais brincar com os filhos nem andar normalmente. O hospital admitiu a falha e enfrentou processo judicial.
Fonte: WHIO-TV Dayton News, 11/06/2025
📈 Números que alertam
Cirurgias em local ou paciente errado estão entre os chamados “eventos nunca” (never events): erros totalmente evitáveis.
Segundo a Joint Commission, esses eventos continuam ocorrendo em diversos países, apesar de protocolos estabelecidos.
Falhas em marcação do local cirúrgico e ausência de “time out” são os principais fatores contribuintes.
🌟 O que é a Meta 4?
A quarta Meta Internacional de Segurança do Paciente preconiza a adoção de um protocolo padronizado para cirurgias seguras, incluindo:
- Confirmação da identidade do paciente;
- Validação do procedimento e local da cirurgia;
- Marcar o local da intervenção com participação do paciente (quando possível);
- Realizar o time out (pausa obrigatória) antes da incisão para checar todas as informações.
📄 Boas práticas para profissionais
- Utilize checklists cirúrgicos completos, como o da OMS
- Envolva o paciente no processo de confirmação do lado e local da cirurgia
- Estimule a comunicação clara entre cirurgião, anestesista, enfermagem e instrumentadores
- Documente todas as etapas da confirmação cirúrgica
- Nunca pule o “time out”, mesmo em procedimentos simples ou repetitivos
Dicas para pacientes e familiares:
- Confirme com a equipe médica qual procedimento será feito, em que local e por quê
- Peça para que o local da cirurgia seja marcado com caneta cirúrgica visível
- Se notar que algo está diferente do combinado, fale imediatamente
- Peça para explicar o que está sendo feito a cada etapa
🔍 O que aprendemos com Talia?
Que até mesmo grandes hospitais falham quando não seguem à risca os protocolos. A marcação incorreta, a pressa ou a falha de comunicação colocam vidas em risco. E os danos, físicos e emocionais, podem ser irreversíveis.
🙏 Conclusão
Cirurgia segura é um pacto entre conhecimento, preparo e comunicação. A Meta 4 não é burocracia: é escudo contra erros irreparáveis. E cada profissional de saúde tem o poder (e o dever) de fazer com que ela seja cumprida.





